sexta-feira, 27 de junho de 2008

Mais coisas de Maranhense.


maranhense no são joão não tem quadrilha
Tem bumba-meu-boi

maranhense quando se espanta não fala: Noossa!
Fala: Éééguuuaaas!

maranhense não vai pro reggae -
vai Pirar, doido ?

maranhense não fala você -
Fala tu

maranhense não usa tiara - usa traca

maranhense não toma coca-cola- toma Guaraná Jesus

maranhense não chama atenção - é esparroso

não existe maranhense gay
Existe Qualira

maranhense não é criança
é piqueno

maranhense não tem filho
tem menino

maranhense não é convencido
Só quer se amostrar

maranhense não fica com fome
Fica brocado

maranhense não come -
faz um rango

comida de maranhense não é jantar -
é cumê

maranhense não fica com vergonha -
fica encabulado

maranhense não ve nada estranho -
vê algo encabuloso

maranhense não espia -
Maroca

maranhense não é chato - é Mala

maranhense não estraga a festa - azia

maranhense não é mão-de-vaca - é canhenga

maranhense não sente agonia - e sim arrilia

maranhense não é o proximo do futebol - é o desafiado

maranhense não é burro - é abestado

maranhense não bate- dále

maranhense não dá um murro - dá um bog

maranhense não fica intrigado - fica invocado

maranhense não é rápido - é zilado

maranhense não vai pra farra - vai pra bagaceira

maranhense não se apressa - cuida

maranhense não fala sim - fala uhum

maranhense não fala não - fala hum hum

maranhense não fala hã - fala huuum

maranhense não se fode- se lasca

maranhense não fica fudido - fica na roça

maranhense não imita - arremeda

maranhense não é feio - é um piqueno chupando limão


maranhense não é dedo-duro - é cagueta

maranhense não acha um coisa muito legal - acha fudendo

maranhense não se manca - se toca

maranhense não quebra nada - escangalha

maranhense não é puta- é nigrinha

maranhense não é ruim - é fulero

maranhense não toma banho - banha

maranhense não fica quieto- se acomoda,ou se aquieta

maranhense não fica satisfeito - fica cheiiinho... e ainda dar umas palmadas no bucho!

maranhense não acha nada ruim - acha Ralaaaaaadooooooooo

Mas algumas Coisas mudaram, tipo:

vou com mamãe fazer Lusitana... Éééééguassss... é o novo!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

So maranhense entende! rsrs

UM DIA NA VIDA DE REGINETE

Reginete, a empregada da casa do Vieira, chega da Rua Grande toda querendo ser, de traca amarela, uma japonesa bandeirosa com pontuação 2 números acima da sua, rebolando e exibindo sua calça nova, daquelas bem apertadas e lá no rendengue, que comprou pra sair à noite. Logo gerou um bafafá dos invejosos da rua.

- Olha a barata do Vieira. Quer se aparecer! Tá escritinha uma fulêra!

- E tu parece uma nigrinha dando conta da vida dos outros - retruca à mulher Seu Barriga.

Porém, despertou também o interesse da molecada da rua. A galera do chucho parou para secar a moça. Até quem tava no desafiado. Guga largou de empinar seu papagaio aos gritos de 'lá vaiii lá vaiii...', sempre na guina para lancear melhor e com uma bimbarra reforçada, como proteção ao freio, e linha puída pelos amigos que sabotavam pisando nela, para admirar:

- Éguass Reginete! Tá bonita como quê!

- Hmmmm piqueno. O que é heim? Só porque to com minha calça nova? Comprei na Lobrás tá?!

Victor, o mais novo da turma, desinformado, questiona:

- O que é Lobrás?

- É uma loja, abestado. Ao pegado da Mesbla. Defronte as Pernambucanas. Onde a gente vai sempre capar bombom - corta Guga. Caverna, sempre casqueiro, largou sua curica, feita de talo de coqueiro e folha de caderno, e veio, catingando que só ele, arrumar cascaria com Guga.

- O quê que tu quer?! A nêga é minha.

- Hmmmm tu quer te amostrar pros teus pariceiro? Te dôle um bogue!!!

- Me dáli??? Rapá, tu não me trisca!!!

E a galera querendo ver o oco vem zilada jogar lenha na fogueira.

- Éééésseeeeee!!! Tá falando da tua mãe!!! Chamou de qualhira!

- Éééguasss... eu não deixava!!! Cospe aqui - diz Dudu estendendo a mão.

Mas Guga não entra na conversa dos amigos:

- Vocês só querem ver a caveira dos outros!

- Ihhh gelão... cagou ralo heim Guga!!! Tá aberando!!!

Até que chega Lombo, o mais velho da turma, que jogava peteca naquele momento. Ele tinha o costume de quebrar as petecas alheias na brincadeira do cai, dando um china-pau com seu cocão de aço, principalmente se fosse uma olho de gato. Utilizava, também, o recurso do olhinho, mas dificilmente só bilava. Pediu limpo, completou matança nas borrocas e depois foi pro casa ou bola. Às vezes porco ou leitão vistando. Ele intervem:

- Ê Caverna, tu já tá coisando os outros aí né?! Vaii já levar um sambacu!

- Hen heim. Vamo já te dar um malha - confirma Guga, aliviado com a intervenção de Lombo.

- Hen heim - ironiza Caverna imitando Guga com voz afeminada.

- Não me arremeda não!!! Olha o raspa!!!

- Ahhh... vai te lascar!!!

Depois do furdunço por sua causa, Reginete sai toda empolgada de lá e decide dar logo uma parada na quitanda da Zefinha, lembrando que seu Vieira havia pedido que ela comprasse alguns ingredientes para garantir o fim de semana, já que Dona Veridiana ainda não havia feito a Lusitana do mês.

- Oi Dona Zefa. Quero camarão seco pra botar na juçara da dona Veridiana e fazer arroz de cuxá? Me arrume 3 Jeneves também, 2 quilos de macaxeira, um lidileite alimba, 2 pães massa fina e 4 massa grossa! Ahh... e uma canihouse pro seu Vieira!

A senhora vai checar seu estoque no freezer e retorna:

- Ê essa outra... só tem Guaraná Jesus. Vais querer? Vais querer quantas mãozadas de camarão?

- Três mãozadas tá bom. E pode ser Jesus sim.

Ao chegar em casa com as compras, seu Vieira repreende a moça:

- Tu fica remancheando pra trazer o cumê. To urrando de fome aqui já! Cuida piquena!! Vou só banhar e quando voltar quero ver tudo pronto.

- Ô seu Vieira... o senhor é muito desinsufrido! Já to arreliada com uma confusão dos meninos na rua. Não me aguneia! Confie ni mim que faço tudo vuada! O senhor sabe que...

- Já seiii... tá bom... aí fala mais que a nêga do leite. Eu heim?! - seu Vieira interrompe.

Neste momento chega Marquinho, filho do seu Vieira, com a equipagem da Bolívia Querida toda suja. Sinal de mais trabalho pra Reginete. - Menino, olha essa tua roupa. Tava num chiqueiro era? Vai ficar encardidinha! Isso não sai não! E esses brinquedos?! Tudo esbandalhado! Aí não tem jeito! Olha... tá só o cieiro (ou ceroto, como queiram)!

- Tava jogando travinha com os moleques! Não enche e me dá logo esse refri aí que to com sede.

- Hum Hum. Isso é do seu Vieira!

- Marrapá! Por quê?! Deixa de canhenguice, piquena!

- Deixa eu cuidar comigo que ainda quero sair hoje pra radiola no clubão! Vai rolar só pedra!

Passada a janta, Reginete já exausta lava a louça e reflete sobre seu evento da noite: 'Já estou é aziada e as meninas não ligam. Amanhã começa mais um dia de trabalho e se sair hoje ainda fico lisa pro fim de semana!'. A moça muda de idéia segue sua rotina. Todos os preparativos para a noite foram em vão? Nãããã! O importante foi chamar a atenção e não se achar mais uma no meio da multidão!

Let it be!!!

Pra começar a semana acreditando que tudo é possivel!
Inspiradora a vida desse homem!

Tony Melendez.


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domingo, 22 de junho de 2008

Dicas para apimentar um relacionamento.

Muito bom..
Faz isso com tua mulher! ela vai adorar!

Porquê?!?

Perguntas sem respostas..
Dúvidas sem explicações...
A vida é feita disso..

Ai vai um poema da Martha Medeiros..
Homenagem à minha amiguinha Flor que é fã de carteirinha dela.


"Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo
quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando
melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro
antes, durante e depois de te encontrar.
Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de
lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar.
Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é
covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque
sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência,
pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu
lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua
desajeitada e irrefletida permanência."

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Bendito Dia dos Namorados...

Ter ou não ter namorado?

Eis a Questão.

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrimas, nuvens, quindim, brisa, de filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão, é fácil. Mas namorado, mesmo, é difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida, ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição. Quem não tem namorado não é quem não tem um amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim não tem namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria e drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infidelidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar. Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, de flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Morais ou Chico Buarque lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário. Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer festa abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Não tem namorado quem não redescobre a sua criança e a do amado e sai com ela para parques, zoológicos, fliperamas, beira d’água, show de Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical de metrô. Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu amado ser paquerado. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou ao meio dia de sol em plena praia cheia de rivais. Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações, quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado quem confunde ficar sozinho com ficar em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo. Se não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas, ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fadas. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria. Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.

ENLOU-CRESÇA.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Matematicamente falando... vivendo..

Poesia Matemática.

Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
uma perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.

Millôr Fernandes.

Lembro de ter lido esse texto no tempo da escola.. perambulando pela net encontrei-o...

Muito bom!!! Clap clap clap..